Alguns olham para coisas que existem e perguntam "porquê?". Eu sonho com coisas que nunca existiram e pergunto " por que não? George Bernard Shaw
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A crise do Império Português do Oriente
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Por volta de meados do século XVI, o Império Português do Oriente apresentava alguns sinais de crise, que se reflectiam na redução do número de navios que partiram para a índia e do volume de especiarias vindas pela rota do Cabo. Em 1549, o rei de Portugal mandou encerrar a feitoria portuguesa de Antuérpia.
Essa crise era devida a:
. reanimação das rotas do Levante pelos Árabes e Turcos, que tinham decaído com a criação da rota do Cabo, controlada exclusivamente por Portugal;
. prática de monopólio régio do comércio das especiarias mais lucrativas, não deixando aos particulares a participação nesse comércio;
. elevadas despesas da coroa com a manutenção do Império, que muitas vezes ultrapassavam as receitas;
. desvio dos lucros obtidos no comércio para despesas de luxo e compra de terras e casas, não se investindo no desenvolvimento da agricultura e da indústria;
. aumento do número de naufrágios devido ao excesso de carga dos navios, fracos conhecimentos náuticos dos pilotos e ataques de piratas e corsários,
. concorrência de Holandeses, Ingleses e Franceses, que disputavam aos Portugueses o controlo do comércio e dos domínios ultramarinos.
Em resultado da crise do Império Português do Oriente, a coroa portuguesa volta os seus interesses para o Brasil, nomeando o 1º governador-geral, Tomé de Sousa, em 1549. A crescente importância do Brasil inicia a viragem da economia portuguesa para o Atlântico.
A Crise do Império
Na Corte, os gastos aumentaram sempre.
Grande parte da nobreza vivia de tenças e de prestações diversas pagas pela fazenda real e não seria politicamente sensato reduzi-las. À nobreza de corte acrescia uma série de funcionários que se multiplicavam por muitas das repartições públicas e que não cessavam de aumentar. Os compadrios e as eternas «cunhas» eram de tal ordem que o rei D. João III foi forçado a proibir novas nomeações a fim de evitar o agravamento das despesas.
(Dias depois, o mesmo rei mandou criar um lugar para um filho de um seu criado. À crítica de um ministro o rei respondeu: «Neste país de compadres, só o rei não pode ter o seu compadre?»)
(Dias depois, o mesmo rei mandou criar um lugar para um filho de um seu criado. À crítica de um ministro o rei respondeu: «Neste país de compadres, só o rei não pode ter o seu compadre?»)
A Falência do Império Português do Oriente
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Toda a riqueza do Oriente passava apenas por Portugal e ia fomentar o trabalho estrangeiro, que nos fornecia de todas as coisas. As enormes quantidades de dinheiro do comércio das Indias, de Malaca e do Oriente eram mal geridos, deficientemente orientados e, sobretudo, mal gastos. Em vez de um investimento no tecido produtivo do país optou-se por comprar ao estrangeiro o luxo que aqui se ostentava contribuindo para o desenvolvimento desses país. Em vez de se investir na construção naval optou-se por alugar barcos... a particulares e ao estrangeiro. Em vez de se procurar vender os prudutos trazidos do Oriente pelos mercados europeus esprávamos que os viessem buscar a Lisboa. Em 1549 abrirá falência a feitoria portuguesa de Antuérpia.
Portugal era apenas a placa giratória de todos os lucros da Rota do Cabo. Pegávamos na riqueza da Índia e íamos levá-la ao norte da Europa, à Flandres, à Holanda, à França e a Inglaterra.
Na gestão do comércio e dos negócios do reino não constava a política de fixação de riqueza, o reinvestimento na criação e desenvolvimento das actividades produtivas manufactureiras, de construção naval, de desenvolvuimento agrícola....
Não admira por isso que passados apenas 30 anos estivéssemos em enormes difuculdades económicas e financeiras.
"As fomes sucediam-se e era necessário endividar-se a Coroa para comprar cereais no mercado da Flandres. (...) Pediam-se empréstimos ao estrangeiro a juros altíssimos.
O País importava de Africa todos os anos, segundo diz um escritor, 338 000 moios de trigo e 670 000 de cevada. Em fins de 1543,deviam-se na Flandres somas enormes, além das que se tomavam em letras «a tão altos preços que se dobra a dívida em quatro anos".
Portugal era apenas a placa giratória de todos os lucros da Rota do Cabo. Pegávamos na riqueza da Índia e íamos levá-la ao norte da Europa, à Flandres, à Holanda, à França e a Inglaterra.
Na gestão do comércio e dos negócios do reino não constava a política de fixação de riqueza, o reinvestimento na criação e desenvolvimento das actividades produtivas manufactureiras, de construção naval, de desenvolvuimento agrícola....
Não admira por isso que passados apenas 30 anos estivéssemos em enormes difuculdades económicas e financeiras.
"As fomes sucediam-se e era necessário endividar-se a Coroa para comprar cereais no mercado da Flandres. (...) Pediam-se empréstimos ao estrangeiro a juros altíssimos.
O País importava de Africa todos os anos, segundo diz um escritor, 338 000 moios de trigo e 670 000 de cevada. Em fins de 1543,deviam-se na Flandres somas enormes, além das que se tomavam em letras «a tão altos preços que se dobra a dívida em quatro anos".
(António Sérgio, Breve Interpretação da História de Portugal)
A carreira da Índia
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No reinado de D. João 111 (1521-1557), o nosso país atravessou um período de grandes dificuldades : falta de dinheiro nos cofres do Estado, abandono de praças no Norte de África, encerramento da feitoria de Antuérpia, ataques a praças portuguesas do Oriente.
A partir de então, a situação do Império Português do Oriente piorou. A imoralidade e a corrupção atingiram funcionários e soldados portugueses. Por falta de dinheiro, as frotas que partiam para a Índia eram cada vez em menor número. A tradicional rota terrestre das especiarias (através da Ásia Menor e do Mediterrâneo Oriental) recuperou parte do movimento que tinha perdido com a descoberta da rota marítima para a Índia. Em consequência, a exploração da rota do Cabo deixou de ser monopólio do Estado e abriu-se a sociedades de capitais privados. Por outro lado, muitos dos barcos carregados de mercadorias orientais eram apresados por corsários (franceses,holandeses, ingleses) ou vítimas de naufrágios.
O Império Português
Os Impérios Europeus (Séc.XVI)
Nos inícios do século XVI, em resultado do esforço de soldados, marinheiros e membros da Igreja, constituiu-se o Império Português do Oriente, que tinha Goa por capital. Muito vasto, estendia-se desde a costa de África à Indonésia, Macau e Japão. Era essencialmente um império comercial e marítimo que assentava em feitorias e fortalezas espalhadas pelo Índico e pelo Pacífico.Mas a presença portuguesa foi desde cedo contestada pelos naturais- Árabes, Persas, Egípcios, Indianos -, afectados na sua liberdade e nos seus interesses económicos.A partir de meados do século XVI, o Império Português do Oriente entrou em decadência.
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Antropocentrismo
Auto-Retrato (1500)
Até finais do século XV, o Homem considerava a vida espiritual e os problemas religiosos como o centro de todos os seus interesses. Contudo, nos últimos tempos da Idade Média surgiu uma nova mentalidade e um novo ideal de vida. Primeiramente em Itália e depois nos outros países da Europa, os intelectuais começaram a manifestar uma atitude nova face ao mundo. Então, o Homem colocou-se como centro do mundo, isto é, começou a reflectir sobre si e os seus problemas. A esta visão mais ampla do Homem e do seu lugar no mundo damos o nome de antropocentrismo. Esta nova crença nas capacidades do Homem e nas suas realizações levou, nos séculos XV e XVI, a uma profunda mudança nas letras, artes, ciências e em todas as formas de pensamento.
UMA SOCIEDADE IDEAL
A Ilha da Utopia
- Caro More, na Utopia a administração difunde os seus benefícios por todas as classes de cidadãos. O mérito é ali recompensado. A riqueza nacional encontra-se tão igualmente repartida que cada indivíduo goza com abundância de todos os confortos da vida. [...] Se tivésseis estado na Utopia, como eu, que ali passei cinco anos da minha vida, [...] veríeis que em nenhuma outra parte existe sociedade tão perfeitamente organizada.
Thomas More, Utopia (1516)
Thomas More, Utopia (1516)
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[Thomas More, dirigindo-se ao rei:] - Acabai com o crime e com a miséria na Inglaterra. […] Ponde freio ao avaro egoísmo dos ricos [...]. Que para vós deixe de haver ociosos! Dai à agricultura grande desenvolvimento, criai manufacturas de lã e outros ramos de indústria [...]. Se não dais remédio aos males que vos aponto, não me elogieis a vossa justiça: não passa de uma mentira feroz e estúpida. Abandonais milhares de jovens aos péssimos efeitos de uma educação viciosa e imoral. [...] Que fazeis deles então? Ladrões, para terdes o prazer de os enforcar depois.
Thomas More, Utopia (1516)
Uma Nova Era
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No século XV, a base dos conhecimentos relativos ao Universo, à Natureza e ao próprio Homem eram ainda as obras da Antiguidade greco-romana, principalmente do filósofo Aristóteles, do geógrafo Ptolomeu e do médico Galeno. No entanto, a autoridade dos sábios greco-romanos e a admiração pela Antiguidade não impediram o aparecimento de uma atitude crítica quanto ao saber herdado. Não se tratava de rejeitar os conhecimentos recebidos da Antiguidade, mas de os sujeitar a uma reflexão crítica.
Desenvolveu-se a ideia de que todo o conhecimento tinha que ser confirmado pela experiência e pela razão. Para Leonardo da Vinci, por exemplo, o saber devia resultar da observação da Natureza e só se tornava verdadeiramente válido depois de ser interpretado racionalmente.
Em todo este processo de crítica ao saber tradicional e de procura de um conhecimento alicerçado na experiência, desempenharam um importante papel os portugueses, através das viagens de descobrimento. Geógrafos como Duarte Pacheco Pereira e D. João de Castro, matemáticos como Pedro Nunes e botânicos como Garcia de Orta deram um contributo decisivo para o avanço do conhecimento.
Desenvolveu-se a ideia de que todo o conhecimento tinha que ser confirmado pela experiência e pela razão. Para Leonardo da Vinci, por exemplo, o saber devia resultar da observação da Natureza e só se tornava verdadeiramente válido depois de ser interpretado racionalmente.
Em todo este processo de crítica ao saber tradicional e de procura de um conhecimento alicerçado na experiência, desempenharam um importante papel os portugueses, através das viagens de descobrimento. Geógrafos como Duarte Pacheco Pereira e D. João de Castro, matemáticos como Pedro Nunes e botânicos como Garcia de Orta deram um contributo decisivo para o avanço do conhecimento.
Os Humanistas
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Os humanistas, eram, em termos gerais, estudiosos da cultura clássica antiga. Alguns estavam ligados à Igreja, outros eram artistas ou historiadores, independentes ou protegidos por mecenas. Acabaram por situar o homem como senhor de seu próprio destino, dotado de "livre arbítrio" (capacidade de decisão sobre a própria vida) e elegeram-no como a razão de todo conhecimento, estabelecendo, para ele, um papel de destaque no processo universal e histórico. Passa a interessar-se mais pelo saber , convivendo com a palavra escrita. Adquire novas ideias e outras culturas como a grega e a latina mas, sobretudo , percebe-se capaz , importante e criador . Afasta-se do teocentrismo, assumindo , lentamente , um comportamento baseado no antropocentrismo . De uma postura religiosa e mística, o homem passa para uma posição racionalista, crítica e individualista que lenta e gradualmente, vai minando a estrutura e o espírito medievais .
O Humanismo funcionará como um período de transição entre estas duas atitudes .
O Nascimento do Mundo Moderno
Sandro Botticelli
Concebendo o homem como centro do Universo e defendendo a sua valorização e dignificação, o movimento de renovação cultural dos séculos XV e XVI apelou para novos valores: o individualismo, o espírito crítico, a tolerância e a curiosidade científica. Embora de forma lenta e inicialmente muito localizada, uma nova mentalidade se impôs nos meios culturais europeus - a mentalidade renascentista.
Os Novos Caminhos do Conhecimento
A Escola de Atenas (1511)
Rafael Sanzio
O mundo volta a si como se despertasse de um grande sono. Todavia, há ainda certas pessoas que resistem com furor, agarrando-se, de pés e mãos, à sua antiga ignorância. Temem que, se as letras antigas renascerem e o mundo se tornar culto, venha a demonstrar-se que não sabiam nada. Ignoram até que ponto os antigos foram sábios, que grandes qualidades possuiam Sócrates, Virgilio, Horácio e Plutarco.
Ignoram que a história da Antiguidade é rica em exemplos de verdadeira sabedoria.
Erasmo de Roterdão, Cartas (1527)
O Homem, um Ser Livre
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(Pico della Mirandola, A Dignidade do Homem, 1486 )
A Formação da Mentalidade Moderna
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No centro da transformação intelectual renascentista encontra-se a passagem de uma mentalidade teocêntrica, isto é, que colocava Deus no centro da reflexão humana, para uma mentalidade antropocêntrica que tinha o homem como centro da sua reflexão e preocupação. Esta proposta correspondia a um reconhecimento e a uma crença optimista nas capacidades e no valor do ser humano, contrapondo-se à visão medieval do mundo.
Depositário do Belo
De A a Z, tudo sobre a arte e os artistas que tornaram o mundo mais belo ainda.
Clicando na imagem encontras tudo sobre as obras e os artistas do Renascimento ( ou de qualquer outra época) :)
A Arte de Imprimir
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Antes de Gutenberg criar a imprensa com caracteres móveis (1455), já se utilizavam no Ocidente algumas técnicas de impressão. Gravava-se o texto e os desenhos em pranchas de madeira que, depois de receberem tinta, eram comprimidas sobre o papel. Este sistema, que era chamado de xilografia (xylon, em grego, significa madeira) no entanto, já era utilizado na China desde há muito.
O processo criado por Gutenberg revelou-se menos trabalhoso e mais económico e eficiente que a xilografia. As letras móveis, feitas de chumbo, podiam sempre ser usadas em novos textos.
O 1º livro a ser impresso foi a Biblia e demorou cerca de cinco anos (1455-1460) . Em breve a arte de imprimir se espalhou pela Europa. Em Portugal começaram a ser impressos livros ainda na segunda metade do século XV.
O 1º livro a ser impresso foi a Biblia e demorou cerca de cinco anos (1455-1460) . Em breve a arte de imprimir se espalhou pela Europa. Em Portugal começaram a ser impressos livros ainda na segunda metade do século XV.
A invenção de Gutenberg é uma ds grandes conquistas da Humanidade.Para teres uma idéia do êxito e da importância da imprensa lembra-te que, em meados do século XV, o conjunto de todos os livros (manuscritos) existentes na Europa não ultrapassaria os dez mil e que, passados apenas cinquenta anos, havia cerca de 10 milhões de livros impressos.
O grande escritor francês Victor Hugo, disse dela no séc XIX:
"A invenção da imprensa é o maior acontecimento da história. É a revolução mãe... é o pensamento humano que larga uma forma e veste outra... é a completa e definitiva mudança de pele dessa serpente diabólica, que, desde Adão, representa a inteligência."
"A invenção da imprensa é o maior acontecimento da história. É a revolução mãe... é o pensamento humano que larga uma forma e veste outra... é a completa e definitiva mudança de pele dessa serpente diabólica, que, desde Adão, representa a inteligência."
TPC à distância
A Itália, Berço do Renascimento
Com base no esquema escreve um pequeno texto onde explicites a origem italiana do movimento cultural que foi o Renascimento
UM HUMANISTA CRITICA A SOCIEDADE DO SEU TEMPO
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Se alguém julgar que falo com mais atrevimento do que verdade, venha inspeccionar comigo as vidas humanas [...]. Este mete no ventre tudo quanto ganha e, poucos dias depois, passa fome. Aquele não vê a felicidade senão no sono e no ócio. […] Os negociantes mentem, roubam, defraudam, enganam e consideram-se pessoas muito importantes porque andam com os dedos cheios de anéis de ouro. [...] Se alguém pudesse observar os mortais a partir da Lua, julgaria ver milhares de moscas e de mosquitos envolvidos em rixas, guerras, maquinações, rapinas, enganos [...].
Os reis e os príncipes não escutam senão os que lhes dizem coisas agradáveis […] Julgam executar inteiramente as funções régias se vão com frequência à caça […] e se inventam diariamente novas maneiras de diminuir a riqueza dos cidadãos e de aumentar a sua, por meio do fisco [...].
E que direi dos cortesãos? Nada há mais rasteiro, mais servil, mais hipócrita, mais abjecto que esses homens que se consideram os primeiros de todos [...]. Dormem até ao meio-dia; mal saídos do leito, ouvem missa, que para eles reza um padre mercenário. Mal acabado o almoço, logo os chamam para o jantar. Depois, são os dados, o xadrez, os torneios, os adivinhos, os bobos, as amantes, os divertimentos, as chalaças [...]. E, deste modo, sem receio do tédio da vida, passam as horas, os dias, os meses, os anos, os séculos.
Erasmo de Roterdão, Elogio da Loucura (1511)
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Friday
Mare Clausum
Mare Clausum
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Com a assinatura do Tratado de Alcáçovas-Toled e sobretudo com a assinatura do Tratatdo de Tordesilhas a navegação nos oceanos ficava reservada , com a benção papal, a portugueses e espanhóis naquilo que ficou conhecido no direito internacional como Mare Clausum, ou Mar Fechado.
Esta política foi mal recebida por nações europeias como a França, Holanda e Inglaterra, que reivindicaram, apoderando-se dos mares pela força, pelo corso e pirataria de rotas, produtos e colónias, por intermédio das suas Companhias majestáticas, com objectivos militares e expansionistas. No entanto, só no séc XVII o direito internacional anularia as disposições consagradas em Tordesilhas opondo ao Mare Clausum o princípio do Mare LIberum.
O cheiro da canela
Até esta altura, as mercadorias orientais eram adquiridas na índia pelos muçulmanos, que as transportavam por mar através do Oceano índico, do Mar Vermelho e do Golfo Pérsico, seguindo depois em caravanas até aos portos do Mediterrâneo Oriental. Os mercadores venezianos e genoveses iam aí comprá-Ias, vendendo-as depois em toda a Europa. Com esse lucro faziam a riqueza de muitas cidades italianas.
Estas mercadorias atingiam preços muito elevados pois passavam pelas mãos de vários intermediários. Os Portugueses, ao adquiri-las directamente na origem, podiam vendê-las mais baratas que os Venezianos e Genoveses e, ainda assim, com uma grande margem de lucro.
Tratado de Tordesilhas
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A descoberta da América por Cristóvão Colombo (1492) levou a um grave conflito entre Portugal e Castela. D. João II reivindicou o direito às terras descobertas por se situarem nas áreas atribuídas a Portugal pelo acordo de Alcáçovas-Toledo.
Em 1494, após demoradas negociações, Portugal e Espanha assinam o Tratado de Tordesilhas, que dividiu o mundo em duas grandes áreas de influência. Em cada uma delas, as potências ibéricas gozavam do exclusivo de navegação e comércio nas terras descobertas ou a descobrir. Instituía-se assim a doutrina do Mare Clausum, o mar fechado.
Materiais de Apoio
Ritmos e Rumos da Expansão
Crise económica e social
Os reflexos da crise económica-social europeia, combinando-se com as perturbações das guerras fernandinas com Castela e das guerras da independência (a paz com Castela só seria assinada em 1411), fazem convergir na nossa sociedade a dupla aspiração da nobreza a aumentar as suas terras e da burguesia a conquistar novos mercados.
V. Magalhães Godinho , A economia dos descobrimentos henriquinos
Uma crise, por mais grave que ela seja, não significa apenas morte e destruição. Também o é; mas não deixa de ser também uma oportunidade para a mudança. Com a crise do séc XIV , em Portugal, abria-se a via para a aventura das descobertas.
Wednesday
Crise Dinástica do séc XIV
Mosteiro de Stª Maria da Vitória, mais conhecido por Mosteiro da Batalha, construído em comemoração da vitória em Aljubarrota.
A CRISE DO SÉCULO XIV EM PORTUGAL
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Os problemas e dificuldades que se fizeram sentir na Europa, na 2ª metade do século XIV, atingiram também Portugal
Logo em 1348, a Peste Negra chegou ao nosso país. Ao que se julga, entrou através dos portos marítimos do Sul, provavelmente por Tavira. Em pouco tempo alcançou todo o território, provocando maior mortandade nos centros urbanos e nos mosteiros, onde as populações estavam mais concentradas. Pensa-se que pelo menos 1/3 dos portugueses foram vítimas da Peste Negra.
Os efeitos da epidemia foram imediatos. Devido à falta de mão-de-obra nos centros urbanos, muitos trabalhadores rurais rumaram para as cidades, em busca de melhores condições de vida. Em consequência, muitas terras ficaram ao abandono, o que provocou um abaixamento da produção de cereais. Ora, face à diminuição das receitas, os senhores agravaram os tributos e rendas aos camponeses. Por isso, surgiram revoltas e forte agitação social.
Logo em 1348, a Peste Negra chegou ao nosso país. Ao que se julga, entrou através dos portos marítimos do Sul, provavelmente por Tavira. Em pouco tempo alcançou todo o território, provocando maior mortandade nos centros urbanos e nos mosteiros, onde as populações estavam mais concentradas. Pensa-se que pelo menos 1/3 dos portugueses foram vítimas da Peste Negra.
Os efeitos da epidemia foram imediatos. Devido à falta de mão-de-obra nos centros urbanos, muitos trabalhadores rurais rumaram para as cidades, em busca de melhores condições de vida. Em consequência, muitas terras ficaram ao abandono, o que provocou um abaixamento da produção de cereais. Ora, face à diminuição das receitas, os senhores agravaram os tributos e rendas aos camponeses. Por isso, surgiram revoltas e forte agitação social.
Soluções para a crise
Irmãos Limbourg, Séc XV
Com vista a resolver os problemas do mundo rural, os reis portugueses tomaram várias medidas. D. Afonso IV, em 1349, enviou aos concelhos do Reino as Leis do Trabalho e D. Fernando, em 1375, publicou a Lei das Sesmarias .
. os proprietários rurais eram obrigados a cultivar as suas terras;
. todos os que abandonaram a agricultura deviam voltar aos trabalhos agrícolas;
. os salários eram tabelados, de modo a evitar abusos;
. a mendicidade era proibida, de forma a conseguir-se mão-de-obra para a agricultura.
Com vista a resolver os problemas do mundo rural, os reis portugueses tomaram várias medidas. D. Afonso IV, em 1349, enviou aos concelhos do Reino as Leis do Trabalho e D. Fernando, em 1375, publicou a Lei das Sesmarias .
De acordo com estas leis, determinou-se o seguinte:
. os proprietários rurais eram obrigados a cultivar as suas terras;
. todos os que abandonaram a agricultura deviam voltar aos trabalhos agrícolas;
. os salários eram tabelados, de modo a evitar abusos;
. a mendicidade era proibida, de forma a conseguir-se mão-de-obra para a agricultura.
Lei das Sesmarias
A Lei das Sesmarias foi promulgada em Santarém a 28 de Maio de 1375, durante o reinado de D. Fernando I. Insere-se num contexto de crise económica que se manifestava há já algumas décadas por toda a Europa e que a peste negra veio agravar. Toda a segunda metade do séc. XIV e quase todo o séc. XV foram período de depressão. A peste negra levou a uma falta inicial de mão-de-obra nos centros urbanos (locais onde a mortandade foi ainda mais intensa) que, por sua vez, desencadeou o aumento dos salários das actividades artesanais; estes factos desencadearam a fuga dos campos para as cidades. Após estas consequências iniciais verificou-se, e tornou-se característica deste período, a falta de mão-de-obra rural que levou à diminuição da produção agrícola e ao despovoamento de todo o País. A lei das Sesmarias e outras disposições locais anteriores pretendiam fixar os trabalhadores rurais às terras e diminuir o despovoamento. Segundo Virginia Rau as causas que levaram à promulgação desta lei foram: a escassez de cereais, a carência de mão-de-obra, o aumento dos preços e dos salários agrícolas, a falta de gado para a lavoura, a diferença entre as rendas pedidas pelos donos da terra e os valores oferecidos pelos rendeiros e o aumento dos ociosos e vadios. A lei pretendia: obrigar os proprietários a cultivar as terras mediante pena de expropriação, obrigar ao trabalho na agricultura a todos os que fossem filhos ou netos de lavradores e a todos os que não possuíssem bens avaliados até quinhentas libras, evitar o encarecimento geral fixando os salários rurais, obrigar os lavradores a terem o gado necessário para a lavoura e fixando o preço do mesmo gado, proibir a criação de gado que não fosse para trabalhos de lavoura, fixar preços de rendas, aumentar o número de trabalhadores rurais pela compulsão de mendigos, ociosos e vadios que pudessem fazer uso do seu corpo. A grande novidade desta lei é a instituição do princípio de expropriação da propriedade caso a terra não fosse aproveitada. Procurava-se repor em cultivo terras que já o haviam tido e que os factos já mencionados tinham transformado em baldios. A lei das Sesmarias foi como que uma reforma agrária. No entanto, não se sabe com clareza até que ponto foi cumprida e em que medida contribuiu para uma restruturação da propriedade e para a resolução da crise.
A Peste Negra
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A Peste Negra foi uma epidemia que atingiu a Europa, a China, o Médio Oriente e outras regiões do Mundo durante o século XIV (1347-1350), matando um terço da população da Europa e proporções provavelmente semelhantes nas outras regiões. A peste não só dizimou a população como largamente veio agravar as condições de vida de uma Europa já muito fustigada por fomes e guerras.
Durante o período de revolução e de catástrofe que causou, instituições milenares como a Igreja Católica foram questionadas, novas formas de religião místicas e de pensar prosperaram e minorias inocentes como os leprosos e os Judeus foram perseguidas e acusadas de serem a causa da peste.
Tuesday
Metas de aprendizagem
Conhecer e compreender os vetores fundamentais do Iluminismo
Identificar os princípios norteadores do Iluminismo e os seus principais representantes.
Identificar os meios de difusão das ideias iluministas e os estratos sociais que mais cedo a elas aderiram.
Analisar as propostas do Iluminismo para um novo regime político e social baseado na separação dos poderes, na soberania da nação e no contrato social, na tolerância religiosa, na liberdade de pensamento, na igualdade à nascença e perante a lei.
Reconhecer a influência das propostas iluministas nas democracias atuais.
Compreender os principais condicionalismos explicativos do arranque da “Revolução Industrial” na Inglaterra
Explicar o processo de modernização agrícola na Inglaterra no final do século XVIII.
Indicar os principais efeitos da modernização agrícola.
Enumerar os factores que explicam o aumento demográfico registado na Inglaterra nos finais do século XVIII/início do século XIX.
Enunciar as condições políticas e sociais da prioridade inglesa.
Relacionar o desenvolvimento do comércio colonial e do sector financeiro com a disponibilidade de capitais, matérias primas e mercados, essenciais ao arranque da industrialização.
Referir as condições naturais e as acessibilidades do território inglês que contribuíram para o pioneirismo da sua industrialização.
Conhecer e compreender as características das etapas do processo de industrialização europeu de meados do século XVIII e inícios do século XIX
Definir os conceitos de maquinofatura e de indústria, distinguindo-os das noções de artesanato, manufactura e indústria assalariada ao domicílio.
Identificar as principais características da primeira fase da industrialização (“Idade do vapor”).
Referir a importância da incorporação de avanços científicos e técnicos nas indústrias de arranque (têxtil e metalurgia).
Reconhecer as “revoltas luditas” como primeira modalidade de reação a consequências negativas, para as classes populares, do processo de industrialização.
Conhecer e compreender as implicações ambientais da atividade das comunidades humanas e, em particular, das sociedades industrializadas
Relacionar a industrialização com consumo intensivo de recursos não renováveis e com alterações graves nos equilíbrios ambientais.
Objectivos de Aprendizagem
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Conhecer e compreender o Antigo Regime europeu a nível político e social
1. Definir Antigo Regime.
2. Reconhecer o absolutismo régio como o ponto de chegada de um processo de centralização do poder régio iniciado na Idade Média.
3. Identificar os pressupostos fundamentais do absolutismo régio, nomeadamente a teoria da origem divina do poder e as suas implicações.
4. Reconhecer a corte régia e os cerimoniais públicos como instrumentos do poder absoluto.
5. Caracterizar a sociedade de ordens de Antigo Regime, salientando as permanências e as mudanças relativamente à Idade Média.
6. Destacar a relevância alcançada por segmentos da burguesia mercantil e financeira nas estruturas sociais da época.
Conhecer os elementos fundamentais de caracterização da economia do Antigo Regime europeu
1. Reconhecer o peso da economia rural no Antigo Regime, sublinhando o atraso da agricultura devido à permanência do Regime Senhorial.
2. Salientar a importância do comércio internacional na economia de Antigo Regime.
3. Explicar os objectivos e medidas da política mercantilista.
Conhecer e compreender os elementos fundamentais da arte e da cultura no Antigo Regime
1. Caracterizar a arte barroca nas suas principais expressões.
2. Reconhecer a importância do método experimental e da dúvida metódica cartesiana para o progresso científico ocorrido.
3. Reconhecer a consolidação, nestes séculos, do desenvolvimento da ciência e da técnica, referindo os principais avanços científicos e os seus autores.
1. Definir Antigo Regime.
2. Reconhecer o absolutismo régio como o ponto de chegada de um processo de centralização do poder régio iniciado na Idade Média.
3. Identificar os pressupostos fundamentais do absolutismo régio, nomeadamente a teoria da origem divina do poder e as suas implicações.
4. Reconhecer a corte régia e os cerimoniais públicos como instrumentos do poder absoluto.
5. Caracterizar a sociedade de ordens de Antigo Regime, salientando as permanências e as mudanças relativamente à Idade Média.
6. Destacar a relevância alcançada por segmentos da burguesia mercantil e financeira nas estruturas sociais da época.
Conhecer os elementos fundamentais de caracterização da economia do Antigo Regime europeu
1. Reconhecer o peso da economia rural no Antigo Regime, sublinhando o atraso da agricultura devido à permanência do Regime Senhorial.
2. Salientar a importância do comércio internacional na economia de Antigo Regime.
3. Explicar os objectivos e medidas da política mercantilista.
Conhecer e compreender os elementos fundamentais da arte e da cultura no Antigo Regime
1. Caracterizar a arte barroca nas suas principais expressões.
2. Reconhecer a importância do método experimental e da dúvida metódica cartesiana para o progresso científico ocorrido.
3. Reconhecer a consolidação, nestes séculos, do desenvolvimento da ciência e da técnica, referindo os principais avanços científicos e os seus autores.
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