Alguns olham para coisas que existem e perguntam "porquê?". Eu sonho com coisas que nunca existiram e pergunto " por que não? George Bernard Shaw
Sunday
O peso da agricultura
A economia de Antigo Regime foi uma economia predominantemente agrícola . A grande maioria da população portuguesa vivia da agricultura e foram essencialmente os produtos agrícolas que alimentaram a actividade mercantil que então se desenvolvia.
Centrada na produção de cereais e do vinho, a agricultura da primeira metade do século XVIII era ainda bastante atrasada. Para além do arcaísmo das técnicas agrícolas, em que ainda se utilizavam instrumentos de madeira(só as pontas eram de ferro) e o sistema de pousio, também o regime de propriedade dificultava os investimentos na agricultura e não era compensador.
Ao concentrar a posse da terra nas mãos do rei, da nobreza e do clero, o regime de propriedade fomentava o absentismo dos seus proprietários. Por outro lado, a organização territorial em senhorios fazia com que os camponeses estivessem sujeitos a pesados tributos, o que desmotivava qualquer esforço em ordem a uma maior produtividade.
Vivendo de uma agricultura tecnicamente atrasada, as populações europeias estavam sujeitas aos efeitos dos maus anos agrícolas. As crises cerealíferas daí resultantes originavam, por sua vez, as fomes e as quebras demográficas típicas da sociedade de Antigo Regime.
Centrada na produção de cereais e do vinho, a agricultura da primeira metade do século XVIII era ainda bastante atrasada. Para além do arcaísmo das técnicas agrícolas, em que ainda se utilizavam instrumentos de madeira(só as pontas eram de ferro) e o sistema de pousio, também o regime de propriedade dificultava os investimentos na agricultura e não era compensador.
Ao concentrar a posse da terra nas mãos do rei, da nobreza e do clero, o regime de propriedade fomentava o absentismo dos seus proprietários. Por outro lado, a organização territorial em senhorios fazia com que os camponeses estivessem sujeitos a pesados tributos, o que desmotivava qualquer esforço em ordem a uma maior produtividade.
Vivendo de uma agricultura tecnicamente atrasada, as populações europeias estavam sujeitas aos efeitos dos maus anos agrícolas. As crises cerealíferas daí resultantes originavam, por sua vez, as fomes e as quebras demográficas típicas da sociedade de Antigo Regime.
Da crise comercial às primeiras medidas mercantilistas
Na segunda metade do século XVII, Portugal passou por uma grave crise económico-financeira:
- concorrência das novas potências coloniais aos nossos produtos brasileiros
- ataques holandeses às nossas colónias,
- gastos com as guerras da Restauração (28 anos)
Para superar a crise comercial, D. Luís de Meneses, conde de Ericeira, autor da «História de Portugal Restaurado» que havia sido General nas Guerras da Restauração, ministro da Fazenda de D. Pedro II, pôs em prática uma nova política económica que alguns países europeus tinham posto já em prática e cujo principal objectivo era a acumulação de metais preciosos nos cofres do Estado: o mercantilismo. Criou novas manufacturas, desenvolveu outras já existentes, recrutou artífices especializados do estrangeiro e publicou as célebres pragmáticas (leis proteccionistas que proibiam a importação de certos artigos estrangeiros com o objectivo de desenvolver a produção nacional)
D. Luís de Meneses, 3º Conde da Ericeira- ataques holandeses às nossas colónias,
- gastos com as guerras da Restauração (28 anos)
Para superar a crise comercial, D. Luís de Meneses, conde de Ericeira, autor da «História de Portugal Restaurado» que havia sido General nas Guerras da Restauração, ministro da Fazenda de D. Pedro II, pôs em prática uma nova política económica que alguns países europeus tinham posto já em prática e cujo principal objectivo era a acumulação de metais preciosos nos cofres do Estado: o mercantilismo. Criou novas manufacturas, desenvolveu outras já existentes, recrutou artífices especializados do estrangeiro e publicou as célebres pragmáticas (leis proteccionistas que proibiam a importação de certos artigos estrangeiros com o objectivo de desenvolver a produção nacional)
Conceitos
Balança comercial - conjunto das transacções de bens e serviços que um país realiza com outros países num determinado período. Se o valor das exportações é superior ao das importações, diz-se que a balança comercial é favorável, isto é, o seu saldo é positivo; se se verifica o contrário, o seu saldo é negativo.
Mercantilismo - doutrina económica que vigorou na Europa dos séculos XVI e XVII, segundo a qual a riqueza dos Estados consistia na maior acumulação possível de ouro e prata. A preocupação essencial dos governantes deveria ser a de evitar que os metais preciosos saíssem do país, mantendo uma balança comercial favorável isto é , as exportações deveriam pesar mais que as importações.
Proteccionismo - conjunto de medidas adoptadas por um Estado para proteger os produtos nacionais face à concorrência dos produtos estrangeiros (em geral, através da aplicação de taxas alfandegárias).
Mercantilismo - doutrina económica que vigorou na Europa dos séculos XVI e XVII, segundo a qual a riqueza dos Estados consistia na maior acumulação possível de ouro e prata. A preocupação essencial dos governantes deveria ser a de evitar que os metais preciosos saíssem do país, mantendo uma balança comercial favorável isto é , as exportações deveriam pesar mais que as importações.
Proteccionismo - conjunto de medidas adoptadas por um Estado para proteger os produtos nacionais face à concorrência dos produtos estrangeiros (em geral, através da aplicação de taxas alfandegárias).
Saturday
Sorvedouros do Erário Público
Calecut, Séc XVI
Eram três os grandes sorvedouros do erário público: a Índia, a Corte e o Norte de África.
Era da índia que vinha toda a riqueza e por isso toda a despesa era justificável. A especiaria continuava a chegar em grande quantidade, era verdade, mas o esforço militar para garantir as transacções absorvia parte considerável dos lucros. A indisciplina, os abusos e a corrupção dos funcionários atingiam limites nunca vistos. Alguns apoderavam-se de canhões para armarem navios nos quais se dedicavam a negócios por conta própria.De Ormuz a Malaca as revoltas eram constantes e, apesar dos conselhos, na Corte prevalecia o plano do domínio militar apoiado em sólidas fortalezas. Por outro lado, os Muçulmanos haviam já recuperado a sua tradicional actividade no Oriente e, através das rotas do Levante, forneciam de especiarias os mercadores europeus. Portugal perdera já o monopólio deste comércio. Se a tudo isto somarmos os naufrágios e os ataques dos piratas, percebe-se melhor a diminuição progressiva da quantidade das naus que faziam a rota do Cabo, com a consequente perda de lucros por parte da Coroa e dos particulares.
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