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O descalabro financeiro

Lisboa, Séc XVI


Após ter atingido o seu apogeu no 2º quartel do séc. XVI, Portugal irá perer não só parte do seu vasto império como também a própria independência.
Decorridos alguns anos de um certo desafogo financeiro, a administração começou a ter graves dificuldades de tesouraria. Nas cortes de Almei­rim, em 1544, o tesoureiro-mor elaborou um esclarecedor mapa de receitas e despesas desde o início do reinado ( D. João III) até àquele ano. A análise das despesas extraordinárias ajuda a compreender o porquê de tão elevado défice externo.

DESPESAS EXTRAORDINÁRIAS *
( 1521-1544)

1 400 000 ......dotes de casamento
800 000 ......subsídios às armadas da Índia
400 000 ......socorros a Safim e Azamor
80 000 ......povoamento e defesa do Brasil
80 000 ......defesa da costa ocidental africana
50 000 ......compra de cereais ao estrangeiro

*valores em cruzados
Mas o mais grave é que, para fazer face a tantas despesas não orçamentadas, se tinham contraído vários empréstimos ao estrangeiro a juros que rondavam os 25% ao ano. À data estavam a dever-se ainda perto de 2 milhões de cruzados.

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